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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Quer entender a humanidade? Sente aqui no meu lugar.

Não encontrei jeito melhor de iniciar esse pequeno artigo do que com uma frase que escutei de um motorista de ônibus quando ia para o trabalho hoje. Realmente podemos perceber nesse tipo de transporte o lado mais estranho do ser humano. De minhas observações rotineiras da realidade “busuística”, destaco agora as criaturas mais bizarras que se utilizam desse meio de transporte:


O espaçoso – esse tipo de passageiro parece que não se contenta com o espaço demarcado nos assentos dos ônibus e aprecia sempre extravasar os limites sentando de pernas abertas e nem se importando com quem venha a se sentar ao lado e não me refiro aos gordinhos e afins, o que seria perfeitamente compreensível, falo de gente, normalmente homens “tirado a malhado” e com sérios problemas de espaço. Uma variação disso é a galera que “abre a asa”, principalmente quando ficam a ler jornal quase com os cotovelos na cara do vizinho.

O abridor de janela contumaz – mais comum em dias de chuva, consegue ser igualmente irritante, trata-se daquela pessoa que costuma fechar a janela do coletivo pra não se molhar e abrir quando estia. Até aí tudo bem, o problema é que muitas vezes acabam não dando a mínima bola para a pessoa que está na frente que muitas vezes pelo cansaço da rotina diária, acaba encostando a cabeça no vidro e dormindo até que de sopetão seja acordada com o movimento da janela. Quando a chuva é daquele tipo “vai-não-vai”, o movimento tende a ser ainda mais frequente e aí não tem quem suporte.

O cuspidor compulsivo – tipo perigosíssimo, cuidado ao se sentar no banco próximo a janela para não ser alvejado por cuspe atirado por essa criatura, perigo redobrado se o autor estiver gripado e o ônibus em movimento.

O roncador providencial – típico “malandrilson” safado que costuma ter acessos de sonolência quando ocupa os assentos preferenciais de idosos, gestantes ou pessoas com deficiência. Esperteza, 10, cidadania e bom senso, 0.

O sentador cauteloso – esse me mata de rir, trata-se da pessoa que ocupa o banco mas não senta imediatamente, ficando em uma posição ridícula por alguns segundos (às vezes minutos) antes de sentar. Outro dia, peguei uma conversa e ouvi uma interessante hipótese sobre qual seria o motivo dessa conduta esquisita “é pra não pegar hemorróidas” falou um cidadão. Estranho, nunca desconfiei que essa doença seria transmissível via banco de ônibus, pra falar a verdade, nem sabia que era transmissível.

· O trio elétrico from hell – já tratado com propriedade em um artigo de Alex, leia aqui, somente tenho a acrescentar uma coisa: onde é que estavam com a cabeça esses fabricantes de celulares? Sinceramente, pra mim o rádio ou mp3 player desses aparelhos não deveriam funcionar sem os fones; agora me aparecem com caixas de som, me façam uma garapa! Existentes nas versões, axé, pagode, gospel, reggae e rap de presidiário.

O porquinho pimpão – lembra o cuspidor compulsivo, porém o que ele joga dentro do ônibus ou atira pela janela não sai de suas entranhas, mas de coisas que consome como palitos de picolé, copos, latinhas de cerveja, caroço de umbu, saquinho de amendoim cozido e pasmem. coco verde, como já presenciei um dia.

O entalado – Muitas empresas de ônibus para aproveitar os espaços, acabam diminuindo a distância entre os bancos, para colocar mais assentos. O problema é que isso causa certos incômodos ergonômicos (leia-se “aperto”) para quem tem mais de um metro e oitenta, aliás, às vezes o negócio é tão arrochado que nem precisa chegar a isso de altura pra se sentir como uma sardinha enlatada. O carcaranauta deve estar se perguntando: se está se tratando dos tipos bizarros nos ônibus, por que essa categoria está incluída? Evidentemente que os seres esquisitos e irritantes nesse caso são os empresários do ramo que permitem que tal barbaridade aconteça.

O arrocheiro tarado – pessoas de alta periculosidade que aproveitam eventuais situações de lotação nos coletivos para arrochar as damas no infame “fio terra”. Gente como essa merecia uns belos cascudos pra nunca mais procurar ousadia.

O saltador ansioso – Imagine que seu ponto já esteja chegando e que muitas pessoas se aglomeram na sua frente pra poder descer também, todos vão saindo do coletivo até que a criatura que está imediatamente na sua frente para no meio do caminho... Você apressadamente tenta passa-la, pois o motorista está prestes a arrastar o ônibus, nesse momento ela pergunta "vai descer aqui"? "Claro, p@#$! e tava achando que você iria também, já que tomou minha frente com tanta pressa" é o que vem em sua mente... chamo de saltador ansioso esse tipo de passageiro que vai descer dois, três pontos depois, mas por afobação já se prosta na frente das pessoas... Quem nunca topou com gente assim, levante a mão.

Realmente o motorista de que ouvi a frase do começo do artigo está coberto de razão e acredito que esse artigo não chegou a cobrir nem metade dos tipos que tornam as longas viagens nos coletivos da cidade cada vez mais aporrinhantes, agora com licença que meu buzu tá chegando. Fui!

Um comentário:

  1. Nooossa...são tantas as histórias de buzú!!!!É cada coisa que ouvimos...o caso dos assentos quentes e o pavor de pegar uma doença via anal tem sido a mais corriqueira, hemorróida é ótimo kkkkkkkkk Deus que nos defenda!!!!!!!!

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